sexta-feira, 8 de junho de 2012

08 DE JUNHO - DIA DO OCEANO



"Tenho esperança de que um maior conhecimento do mar, que há milênios dá sabedoria ao homem, inspire mais uma vez os pensamentos e as ações daqueles que preservarão o equilíbrio da natureza e permitirão a conservação da própria vida."
Jacques-Yves Cousteau - Oceanógrafo (1910 - 1997)

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Corpus Christi - Origem da Celebração



A celebração teve origem em 1243, em Liège, na Bélgica, no século XIII, quando a freira Juliana de Cornion teria tido visões de Cristo demonstrando-lhe desejo de que o mistério da Eucaristia fosse celebrado com destaque.
Em 1264, o Papa Urbano IV através da Bula Papal “Trasnsiturus de hoc mundo”, estendeu a festa para toda a Igreja, pedindo a São Tomás de Aquino que preparasse as leituras e textos litúrgicos que, até hoje, são usados durante a celebração. Compôs o hino “Lauda Sion Salvatorem” (Louva, ó Sião, o Salvador), ainda hoje usado e cantado nas liturgias do dia pelos mais de 400 mil sacerdotes nos cinco continentes.
A procissão com a Hóstia consagrada conduzida em um ostensório é datada de 1274. Foi na época barroca, contudo, que ela se tornou um grande cortejo de ação de graças.
No Brasil, a festa passou a integrar o calendário religioso de Brasília, em 1961, quando uma pequena procissão saiu da Igreja de madeira de Santo Antônio e seguiu até a Igrejinha de Nossa Senhora de Fátima. A tradição de enfeitar as ruas surgiu em Ouro Preto, cidade histórica do interior de Minas Gerais.
A celebração de Corpus Christi consta de uma missa, procissão e adoração ao Santíssimo Sacramento.
A procissão lembra a caminhada do povo de Deus, que é peregrino, em busca da Terra Prometida. No Antigo Testamento esse povo foi alimentado com maná, no deserto. Hoje, ele é alimentado com o próprio Corpo de Cristo.
Durante a Missa o celebrante consagra duas hóstias: uma é consumida e a outra, apresentada aos fiéis para adoração. Essa hóstia permanece no meio da comunidade, como sinal da presença de Cristo vivo no coração de sua Igreja.

Corpus Christi - o Amor que se oferece na Eucaristia


Na Festa de Corpus Christi somos levados a recordar as cenas da Instituição Eucarística. Toda recordação é o gesto de quem traz ao coração aquilo que lhe é muito caro. Por essa razão é fascinante saber que ali no dom do Pão Eucarístico se esconde o tesouro e os mistérios da nossa Salvação. É a lembrança de que o pão significa tudo aquilo de que temos fome. Temos fome de amor, de cuidado, de afeto, em uma palavra: de plenitude.
Essa relação do pão com a fome nos ajuda a compreender o cumprimento da promessa em Jesus quando se distingue do maná que os israelitas comeram no deserto. “Em verdade, vos digo: Moisés não vos deu o pão do céu, mas o meu Pai é quem vos dá o verdadeiro Pão, porque o Pão de Deus é o pão que desce do céu e dá vida ao mundo. Eu sou o Pão da Vida. Aquele que vem a mim não terá fome, pois o pão que Eu Vos dou é a minha carne para a salvação do mundo” (Jo 6, 32-33; 35; 51).
Em pleno deserto da humanidade, Cristo afirma que pode nos saciar. No deserto do vazio interior, no deserto dos sentimentos, nos desertos mais secretos e escondidos da condição humana... São nestes desertos que Jesus se faz alimento, nos nutre e nos permiti caminhar. Faz-se alimento, porque refeição é devolução, é restituição daquilo que perdemos. Alimentamo-nos diariamente para devolver ao corpo aquilo que lhe foi subtraído e perdido. Cada refeição é lugar e oportunidade de se restituir. A refeição é tão redentora que alguns encontros de Jesus se deram pela força do seu desejo de sentar-se à mesa com aqueles que precisavam ter a Vida Plena devolvida. O prato principal não era material, mas sim a Vida!
Para entendermos um pouco mais da beleza da refeição enquanto devolução, encontramos Jesus que salva Zaqueu e toda sua família a partir do jantar (Lc 19, 1-10); em Betânia Ele entra na história de Simão, o Leproso (Mc 14, 3), e antes de partir faz a sua Última Ceia, se sentando à mesa para fazer refeição com seus amigos.  Interessante é que nas duas primeiras refeições, o Mestre lhes ensina que quando nos sentamos à mesa, nãonos alimentamos tão somente do que está posto sobre ela, mas, sobretudo de quem se serve dela. Alimentamo-nos do olhar, do amor, dos gestos, do afeto, e de tudo o que o outro significa. O outro nos nutre, nos devolve, nos restitui... Por isso é edificante nos sentarmos à mesa e fazermos juntos a refeição cotidiana. “Comer e beber juntos significa estarmos comprometidos. O banquete não é lugar para saciar somente a fome do corpo, mas também a fome da alma. Ao estar com os que amo para me alimentar, de alguma forma eu os trago para dentro de mim.” 
Com os discípulos o significado da refeição fica mais claro e ganha um sentido mais redentor, pois ali a Salvação acontece. Jesus se senta à mesa e torna-se a refeição na qual todos os convidados se alimentam. Em Jesus, os desertos da história daqueles discípulos dão lugar à vida nova. No Cristo, o Verdadeiro Amor se traduz, e faz o Pão se transformar em Seu Corpo e o Vinho em Seu Sangue. Ali o Amor foi mais revelador que as palavras porque se estendeu até o Sacrifício do Calvário. Jesus identificou o pão que repartia, com a carne que Ele daria para a vida do mundo e o cálice de vinho com o seu Sangue Redentor. Somente o Amor é capaz de se fazer tão pequeno para tornar o homem grande. Quando nos alimentamos dele em cada Missa a nossa sede de eternidade é saciada. Em cada Eucaristia celebrada a fome da terra é apaziguada pelo Céu. Felizes são os convidados para este Banquete!
Jerônimo Lauricio - Bacharel em Filosofia.